sábado, 3 de setembro de 2016

Reescrita dos Textos produzidos em Classe (Festa de São João)



Vejamos:

Aluno - No dia de junho…
Correção: Junho é mês, não dia.

Aluno - a cidade de caruaru…
Correção - Comentário: Todo nome próprio usa-se escrever a primeira letra com maiúscula

Aluno - O povo resolveu fazer uma homenagem no dia 30 para a festa de São Joao…
Correção - A festa acontece durante os trinta dias do mês de junho, não só no dia 30. O nome João não recebe o til como acento, algo recorrente em diversos textos da classe.

Aluno - João Batista é significado de filho de São João.
Correção - João Batista foi um profeta, filho Isabel, esta prima de Maria, mãe de Jesus.

Aluno - A festa de Caruaru, acontece...
Correção - A festa não é de Caruaru, a Festa de São João acontece em Caruaru, cidade do estado de Pernambuco. Outra coisa, não se separa sujeito de verbo com vírgula, sempre escreve dessa maneira: A Festa de São João acontece, e não: A Festa de São João, acontece.

Aluno - Na festa à comes e bebes, com musica dia e noite.
Correção - Na festa há (no sentido de existir)  comes e bebes, com música dia e noite.

Aluno - Zé do Cordel, convida todos a grande festa “Julina” no Caruaru no São João.
Correção - Zé do Cordel convida todos à grande festa julina na cidade de Caruaru, no São João.
- Vai ter de tudo, um bouco!
Correção - Não se usa parágrafo em notícia e muito menos falas com travessão, além do que, a palavra “bouco” não existe, só pode ser “pouco”.
Mas quem é João?
Correção - Em notícia não se pergunta, responde-se com informação.
desperta o interesse...João, São João o filho Tempoição, de Zaquias e Izabel.
Correção - Início da frase com minúscula, três pontinhos desnecessários. Logo em seguida há uma mistura de nomes e situações que não se explicam.
Zé do Cordel, garante que vai, ser muito legal João.
Correção - Não dá para entender tal frase, além do sujeito estar separado dos verbos. Tentando reconstruir tal frase: Zé do Cordel garante a João que a festa será muito legal.

Aluno - As pessoas tem costume de usar roupas rasgadas e chapéu de palha e botas na dança de Quadrilha.
Correção - As pessoas têm costume...Ou seja, o verbo vai no plural porque se trata de mais uma pessoa. O termo quadrilha deve ser minúsculo, pois se trata apenas de substantivo, aquilo que dá nome as coisas, e não de nome próprio.

Aluno - as músicas já são tradicionais e uma das melhores festas.
Correção - O termo “as” precisa começar em maiúscula, porque abre a frase. Quando digo “uma das melhores festas”, preciso dizer em relação a que outra festa do gênero, por exemplo: A festa de São João em Caruaru e melhor do que a festa de São João em Salvador, Bahia.

Aluno - A festa de Caruaru é um mês de forró comida e bebida que se da início em junho as pessoas dançam cantam etc..
Correção - Na festa de São João acontece um mês de forró, com comidas típicas e bebidas. O festejo acontece durante todo mês de junho em Caruaru, cidade do estado de Pernambuco.  Há muita dança e muitos cantores se apresentam na festa.

Aluno - A festa acontece para celebrar o dia de São João que morava ao léu e comia gafanhoto e mel.
Correção - A festa acontece para celebrar João Batista, santo católico, que viveu no deserto, comendo gafanhoto e mel.

Aluno - João batista lhe convidou as pessoas para a festa, no mês de junho, uma festa com pessoas na igreja, por que e o mês de comemoração.
Correção - João Batista não poderia ter convidado as pessoas, a menos que ele descesse do céu, o que é improvável. A festa não é dentro da Igreja, o padre não ia gostar, já pensou aquele remelexo tudo de rela-bucho diante de Nossa Senhora, Jesus e outros santos?

Aluno - O São João ou Caruaru é uma festa feita para homenagear São João. acontece 30 dias no mês de junho.
Correção - A festa de São João acontece para homenagear João Batista, primo de Jesus. Acontece durante todo mês de junho.

Aluno - No mês de junho tem comes e bebes em celebração a São João, ele morava ao léu comendo e cantando e mel.
Correção - No mês de junho, tem comes e bebes em celebração a São João, que é João Batista, santo católico que viveu no deserto se alimentando de mel e gafanhoto.

Aluno - João tem uma homenagem em julho durante 30 dias no comes e bebes na cidade de Garuaru é uma homenagem a João.
Correção - São João tem homenagem durante todo mês de junho, onde há comes e bebes, muita quadrilha. A festa que acontece em Caruaru, é feita para João Batista, primo de Jesus.

Aluno - Isabel convida todos a uma festa de Caruaru todo mês de julho, e tem comes e bebes e em pernambuco-caruaru porque é uma homenagem a São João.
Correção - Comentário: a Isabel não poderia fazer tal convite, ela deve estar debaixo da terra a mais de 2 mil anos. E o restante do ficou sem sentido porque começou errado. Prefira começar sempre pelo principal, por exemplo, “A Festa de São João…”

Aluno - A festa é comemorada em julho...
Correção - Sem comentários, falamos tanto que a festa é em junho, foi anotado na lousa, de onde você tirou este mês.

Aluno - Vejam isso:
Seu joão do caruaru
peema
Eu quero elhe covidar para um peema
Porque ele era um primo do
Salvador maior do mudo.
Correção - Comentário: Está bravo, uma confusão, falta de maiúsculas, palavras incompreensíveis os termos são “lhe”, “convidar” e “mundo”. Esta aluna não estudou e não prestou atenção.

Aluno - Está festa acontece em caruaru é a famosa festa de São João, mas também é chamada de festa junina, ela ocore durante os 30 dias do mês de junho, o nome vem da omenagem a São João Batista, é comemorada com comidas, danças e músicas tipicas.
Correção - Comentário: Na primeira frase, a aluna explica que a festa acontece em Caruaru (lá com minúscula), antes mesmo de dizer que é a Festa de São João, além de colocar numa mesma frase a palavra festa. E os erros de pontuação e grafia de palavras se sucedem, o correto é homenagem, São João, João Batista e típicas.

Aluno - A festa de caruaru ocorre em caruaru em pernambuco
Correção - Comentário: Além da falta de maiúsculas em nomes próprios, repete-se a mesma informação. Pontuação também com problemas: Caruaru, em Pernambuco.

Aluno - Eles comemoram a vinda do santo que era salvador e pregador.
Correção - Comentário: Além dos erros já conhecidos, João Batista era batizador, salvador era Jesus, vai querer reescrever a Bíblia agora?

Aluno - João queria ir para caruaru, filho de zaquias e Isabel, ele morava no léu e comia gafanhoto e mel, ele era batizador...
Correção - Comentário: Vai ser difícil João sair da catacumba, afinal, já se passaram 2 mil anos. Os erros se repetem: nome sem maiúscula, mistura de assuntos, pontuação errada.

Aluno - É uma romenagem a são joão do caruaru em junho é uma festa em caruaru. Tem arias rainas isas.
Correção - É uma homenagem a São João, em Caruaru, durante todo mês de junho...bom, depois, alunos, vocês decidem o que a aluna escreveu...

domingo, 14 de fevereiro de 2016

Anorexia e Bulemia




Texto 1

Moda tem que parar de sacrificar modelos

Chegou a um nível irresponsável e escandaloso a magreza das modelos nas semanas brasileiras de moda. As garotas, muitas delas recém-chegadas à adolescência, exibem verdadeiros gravetos como pernas e, no lugar dos braços, carregam espécies de varetas desconjuntadas. De tão desencarnadas e enfraquecidas, algumas chegam a se locomover com dificuldade quando têm que erguer na passarela os sapatos pesados de certas coleções.


Usualmente consideradas arquétipos de beleza, essas modelos já estão se acercando de um estado físico limítrofe, em que a feiura mal se distingue da doença.


Essa situação tem o conluio de todo o meio da moda, que faz vista grossa da situação, mesmo sabendo das crueldades que são impostas às meninas e das torturas que elas infligem a si mesmas para permanecerem desta maneira: um amontoado de ossos, com cabelos lisos e olhos azuis.


Uma rede de hipocrisia se espalhou há anos na moda, girando viciosamente, sem parar: os agentes de modelos dizem que os estilistas preferem as moças mais magras, ao passo que os estilistas justificam que as agências só dispõem de meninas esqueléticas. Em uníssono, afirmam que eles estão apenas seguindo os parâmetros de beleza determinados pelo “mercado” internacional, indo todos se deitar, aliviados e sem culpa, com os dividendos debaixo do travesseiro.


Alguns, mais sinceros, dizem que não querem “gordas”, com isso se referindo àquelas que vestem nº 36. Outros explicitam ainda mais claramente o que pensam dessas modelos: afirmam que elas não passam de “cabides de roupas”. 

Enquanto isso, as garotas emagrecem mais um pouco, mais ainda, submetidas também a uma pressão psicológica descomunal para manterem, em pleno desenvolvimento juvenil, as características de um cabide.

(...)
Para uma semana de moda, que postula um lugar forte na sociedade brasileira, é um disparate e uma afronta que ela exiba a decrepitude física como modelo a milhões de adolescentes do país.


Para a moda como um todo, que vive do sonho de embelezar a existência, a forma como os agentes e os estilistas lidam com essas moças é não apenas cruel, mas uma blasfêmia. Eles, de fato, não estão afirmando a grandeza da vida, mas propagando a fraqueza e a moléstia. 


O filósofo italiano Giorgio Agamben escreveu que as modelos são “as vítimas sacrificiais de um deus sem rosto”. É hora de interromper esse ritual sinistro. É hora de parar com essas mistificações da moda, que prega futuros ecológicos, convivências fraternais e fantasias de glamour, enquanto exibe nas passarelas verdadeiros flagelos humanos.


Fonte:Folha de São Paulo, ALCINO LEITE NETO, EDITOR DE MODA, VIVIAN WHITEMAN
DA REPORTAGEM LOCAL

Compreensão e Interpretação
1. O texto 1 incia-se com uma discrição da condição das modelos que participam de desfiles de moda. Que tipo de sentimentos os jornalistas manifestam diante do que veem, aos fazer uso de expressões como "varetas desconjuntadas", "desencarnadas e enfraquecidas" e "nível irresponsável e escandaloso"?
2. A partir do terceiro paráfrafo, fica claro que, além de informar, o texto 1 tem também a finalidade de denunciar. De acordo com o texto:
a) Por que os agentes de modelos dão preferência às modelos magras?
b) E os estilistas?
c) A quem os agentes de modelos, os estilistas e as agências atribuem a preferência por modelos magras?
d) Que metáfora o autor utiliza para nomear essa farsa?
3. No oitavo parágrafo do texto 1', os autores alertam sobre o risco que a exposição da magreza excessiva das modelos pode representar para os adolescentes brasileiros. Qual é esse risco?
4. Releia os dois últimos parágrafos do texto 1. Neles, são representadas algumas contradições que envolvem o mundo da moda.
a) Quais são essas contradições?
b) A respeito da frase "[as modelos são] as vítimas sacrificais de um deus sem rosto", do filósofo Giorgio Agamben, interprete: O que ou quem pode ser "o deus sem rosto"?

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Texto 2

Plástica na adolescência




É cada vez mais comum jovens recorrerem a plásticas, sobretudo ao implante de silicone e lipoaspiração.



De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), dos 629 mil procedimentos cirúrgicos estéticos realizados no Brasil entre setembro de 2007 e agosto de 2008, 37.740 (ou 8%) foram feitos em adolescentes. O dado deriva de um estudo inédito, que avaliou o número e o tipo de cirurgias registrados nesse período, tendo como fontes os 3.533 cirurgiões associados. Por falta de dados anteriores, não se sabe como era esse panorama. Porém, médicos atestam que jovens estão recorrendo, cada vez mais cedo, a cirurgias plásticas que, tradicionalmente, são feitas na idade adulta.

"Há cinco, dez anos, queriam corrigir pequenos problemas, como orelha de abano e imperfeições no nariz . Hoje, os adolescentes, em especial as meninas, querem se submeter a uma plástica por outros motivos", assegura o cirurgião plástico Sebastião Guerra, de Belo Horizonte, presidente eleito da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica 2010/2011. Segundo ele, assim como ocorre com as mulheres adultas, a maioria das garotas quer aumentar os seios ou fazer lipoaspiração. "As correções de nariz e orelha caíram para terceiro e quarto lugares na lista de procura."

Corpo de mulher. Segundo o cirurgião Sebastião Guerra, enquanto os meninos são mais ponderados - pensam, planejam, decidem, desistem -, as meninas estão cada vez mais seguras do que querem. Muitas vezes, já chegam ao consultório dizendo que desejam uma prótese mamária e informando a quantidade de silicone que vão colocar. "Somos reticentes em operar uma adolescente de 13 anos, por exemplo. Mas isso não quer dizer que ela não possa ser operada", ressalva.

O que o cirurgião quer dizer é que não há uma idade mínima para que um jovem se submeta a uma intervenção estética. Mas deve-se tomar cuidado com relação à constituição corporal. "Hoje, uma adolescente de 13, 14 anos já tem o corpo de mulher. Além da autorização dos pais, é preciso fazer uma avaliação médica e, quando necessário, adiar a cirurgia para mais dois anos, no mínimo."

Fase de mudanças. Para o médico hebiatra (especialista em adolescentes) Mauro Fisberg, é preciso saber se a intervenção pode influenciar de maneira importante a vida do jovem. "Cirurgia plástica reparadora é uma intervenção estética e, ao mesmo tempo, reparadora", afirma. "Pode melhorar muito a autoestima da menina, além de corrigir a postura." Ainda assim, acrescenta, a indicação é a de que a paciente tenha chegado ao que os médicos chamam de "maturação sexual", com mamas no estágio 4 - no tamanho das de uma adulta.

O médico lembra que, atualmente, é comum adolescentes desejarem próteses de silicone como presente de 15 anos ou de formatura. "É preciso avaliar se a adolescente tem mamas realmente pequenas para a sua estrutura e se possui uma caixa torácica suficiente para suportar o tamanho das próteses." Segundo ele, é fundamental saber se a intervenção vai trazer benefícios a longo prazo. "É preciso bom senso dos pais e, principalmente, do cirurgião, pois essas cirurgias podem mudar o padrão de equilíbrio corporal."

O cirurgião plástico José Teixeira Gama é taxativo quando o assunto é intervenção cirúrgica estética em jovens com menos de 18: "Só opero adolescente com a indicação médica, e nunca por estética simplesmente.São muito novos para decidirem sobre mudanças no corpo. Além disso, toda cirurgia traz riscos à saúde e uma cicatriz."

Fonte: Fabiana Gonçalves, O Estado de São Paulo, 2010.

Compreensão e Interpretação

5. De acordo como texto 2, os cirurgiões plásticos brasileiros vêm observando nos últimos anos uma mudança relativa à realização de cirurgias plásticas em adolescentes.
a) Qual é a novidade?
b) Como era antes?
6. Fazer ou não fazer uma cirurgia plástica em adolescentes, principalmente quando se trata de aumentar seios ou realizar lipoaspiração, pode ser um assunto controvertido. 
a) Os médicos entrevistados têm uma posição em comum sobre esse tipo de cirurgia? Justifique sua resposta.
b) Segundo os médicos que aceitam fazer cirurgia, que benefícios esse tipo de intervenção pode trazer ao jovem?
c) E que prejuízos pode trazer?
7. Embora foquem assuntos diferentes, os dois textos têm aspectos em comum. Para concluir o estudo, indique entre os itens a seguir aquele que apresenta uma afirmação falsa a respeito dos textos.
a) tanto o texto 1 quanto o texto 2 tratam da existência de padrões estéticos de beleza e da pressão que eles exercem sobre os adolescentes.
b) Enquanto o texto 1 só mostra preocupação com o problema das modelos profissionais, o texto 2 discute o padrão de beleza das adolescentes em geral.

c) O texto 1 aponta o risco que o padrão estético das modelos- amplamente divulgado pela mídia – representa para os adolescentes brasileiros. O texto 2 mostra como as adolescentes são suscetíveis a padrões de beleza difundidos pela mídia, a ponto de correr riscos para se adequar a eles. 


Deuses e Heróis

Assista a pequena história dos deuses gregos

Deuses Gregos





A Mitologia Grega é um conjunto de mitos (histórias e lendas), sobre vários deuses, heróis, titãs, ninfas, e centauros. A Mitologia Grega originou-se da união das mitologias dórica e micênica. Seu desenvolvimento ocorreu por volta de 700 a. C.

Os deuses do Olimpo são os deuses mais poderosos dos vários grupos de deuses. Os deuses do Olimpo se dividem em várias classes. A classe superior é formada pelos seguintes deuses:

Zeus - governante dos demais deuses.
Hera – deusa que protegia casamentos (irmã e esposa de Zeus).
Apolo - deus da luz, poesia e da música.
Atena - deusa da sabedoria.
Afrodite - deusa do amor e da beleza.
Ares - deus da guerra.
Poseidon - deus do mar
Hefesto - deus do fogo
Ártemis - deusa da caça
Héstia - deusa do coração e da chama sagrada
Deméter - deusa da agricultura.
Hermes - mensageiro dos deuses.
A classe inferior dos deuses é formada por:

Hades - deus dos infernos (irmão de Zeus)
Dioniso - deus do vinho, em algumas regiões era tão importante quanto Zeus.
Pã - deus das florestas.
As ninfas eram consideradas as guardiãs da natureza e as musas, representavam as artes e as ciências.

Os heróis, seres mortais, alguns filhos de deuses com humanos, são muito importantes na mitologia grega. Os de maior destaque são:

Aquiles
Jasão
Teseu
Édipo
Agamenon
Menelau
Ulisses
O principal herói grego é Heracles, ou em romano, Hércules. Ele era filho de Zeus e Alcmena.

A Mitologia Grega pode ser observada em vários filmes, que buscam retratar a Grécia Antiga e seus personagens fantásticos.

(Com informações do site InfoEscola)



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O dia em que vi Pégaso nascer

Meu nome é Atena.
Sou a deusa da Sabedoria.
[...}
Foi por admirar a força da juventude e a pureza de espírito que resolvi ajudar Perseu, o mais nobre de todos os jovens guerreiros da antiga Grécia. Tudo começou inesperadamente, no meio de uma festa.

Eu costumava observar Perseu do alto do Olimpo e acompanhar seu treinamento de guerreiro. Ele era jovem, veloz, esperto, mas gostava de tentar fazer coisas além de suas forças.

Convidado para jantar na casa do rei, Perseu decidiu que precisava impressioná-lo. E declarou, diante de todos os convidados, que arriscaria a vida para matar Medusa, minha monstruosa inimiga, a criatura gigantesca que destruía todos os que se atrevessem a entrar em seu esconderijo nas cavernas.

Medusa era o nome de uma das três cabeças das górgonas que habitavam o corpo de um enorme dragão. Suas patas mortais eram de bronze, e as pequenas patas, de ouro. O olhar de medusa era tão poderoso que transformava homens em estátuas de pedra. Para vencê-la, seria necessária muita força, agilidade e toda a proteção do mundo.

Quando me contaram que Perseu havia se oferecido para enfrentar a fera, admirei sua coragem e resolvi ajudá-lo. Assim que a luta entre ambos foi marcada, tive uma idéia: chamei à minha presença Hermes, meu irmão, mensageiro dos deuses, e juntos nos revelamos a Perseu. Nós lhe dissemos que precisávamos estar ao seu lado durante a luta e que, caso desejasse a vitória, deveria obedecer às nossas ordens.

Primeiro lhe pedimos que procurasse as ninfas, as jovens mágicas dos lagos e rios, pois elas o amavam e fabricariam uma arma especial para ele. Perseu obedeceu, e das lindas ninfas ganhou sandálias aladas, uma sacola mágica e um capacete que lhe conferiu o poder da invisibilidade.

Hermes, achando que Perseu necessitava de mais de uma arma, ofereceu-lhe uma lança leve e cortante como a minha. Quanto a mim, Palas Atena, deusa grega da sabedoria*, resolvi acompanhá-lo, pessoalmente e lutar a seu lado caso fosse preciso.

No dia do combate, desci até a gruta do monstro e me escondi num canto. O lugar era repugnante. A fera exalava um cheiro horrível, o ar estava úmido e pesado, por todos os lados eu via estátuas de pedra, na verdade os corpos dos guerreiros assassinados por Medusa e suas irmãs.

A entrada de Perseu foi inesquecível. Ele rasgou os céus como uma águia. Rapidamente aplicou um golpe certeiro no monstro e cortou-lhe uma das cabeças. Sangue verde espalhou-se por toda a caverna, e as duas cabeças restantes começaram a urrar. Ainda voando, Perseu afastou-se e, em seguida, apontou sua lança contra a segunda cabeça. Ela também caiu por terra. Só que, quando isso aconteceu, uma das patas do monstro o atingiu e Perseu perdeu o equilíbrio. Seu capacete caiu no chão e ele imediatamente se tornou visível.

— Ah! Jovem atrevido! — gritou a Medusa com sua voz grossa e tenebrosa. No ar, Perseu voava em círculos, mantendo-se de costas para o monstro. Ele sabia que, caso a fitasse nos olhos, se transformaria numa estátua. — Agora você não me escapa!

Percebi que precisava entrar em cena. Lembrei-me de que tinha um escudo comigo. Gritei:

— Perseu! apanhe o escudo, proteja-se!
Recuperando as forças Perseu agarrou meu escudo no ar. Ele havia sido forjado pelas ninfas. Sua superfície brilhava com a limpidez das águas e refletia imagens como um espelho. Empunhando-o, Perseu desafiou a fera:

— Olhe para mim, criatura medonha!

Quando ela percebeu o truque, era tarde demais. Perseu levantou o escudo na altura da cabeça do monstro. Assim que a Medusa olhou para a própria imagem refletida em sua superfície polida, sentiu seu corpo todo enrijecer-se e transformar-se numa gigantesca estátua acinzentada.

Perseu desceu ao solo e eu o amparei. Ele se recostou contra a parede e, ao seu lado, presenciei uma das mais belas cenas de minha longa vida de deusa. Do sangue verde e viscoso das horríveis górgonas saiu uma luz azul dourada e brilhante que aos poucos foi tomando forma. Lentamente foram surgindo os contornos de um maravilhoso cavalo alado.

O magnífico animal aproximou-se de nós e abaixou a cabeça, balançando a crina ondulante e prateada como se nos cumprimentasse. O nome Pégaso estampou-se em minha mente e eu o acariciei. Em seguida, Perseu montou no dorso do animal para que este o levasse até seu rei. Perseu prometera entregar-lhe a cabeça cortada de Medusa.

E que espanto meu jovem amigo causaria ao mostrar aos gregos seu luminoso animal e seu novo escudo, com a face tenebrosa da Medusa eternamente marcada em sua superfície mágica!